Existem 60 bilhões de planetas habitáveis na Via Láctea
Por Bruno Calzavara em 3.07.2013 as 14:01
Anteriormente, acreditava-se que da chamada zona habitável dessas estrelas possuía metade de planetas em condições de abrigar vida. Para efeitos de comparação, é como se, para cada ser humano que habita nossa Terra, houvesse 8,5 planetas potencialmente habitáveis soltos por aí.
Com base em simulações do comportamento das nuvens sobre os planetas extrassolares, anteriormente ignoradas nos cálculos, a equipe de astrofísicos descobriu novos parâmetros para a definição dos limites de uma zona habitável em torno das já mencionadas estrelas anãs vermelhas.
A equação para o cálculo da zona habitável de planetas alienígenas mantém-se a mesma há décadas. No entanto, essa fórmula não levava em consideração as nuvens, que exercem uma grande influência climática.
O pesquisador Dorian Abbot, da Universidade de Chicago (EUA), explica como o comportamento das nuvens acaba expandindo consideravelmente o tamanho dessas zonas. “As nuvens causam tanto aquecimento quanto resfriamento na Terra. Elas refletem a luz solar para esfriar o ambiente e absorvem a radiação infravermelha da superfície para esquentá-lo por meio do efeito estufa”. Abbot conclui: “Esse esquema é parte do que mantém o planeta quente o suficiente para abrigar vida”.
Trocando em miúdos, em vez de haver, em média, um planeta do tamanho da Terra na zona habitável de cada estrela anã vermelha, na realidade existem aproximadamente dois. Fazendo as contas, isso significa que existem cerca de 60 bilhões de planetas habitáveis que orbitam anãs vermelhas na Via Láctea.
Você pode estar se perguntando: “Como podem essas estrelas anãs vermelhas, relativamente pequenas e fracas, serem orbitadas por dois planetas habitáveis, sendo que o sol, maior e mais forte do que elas, só é orbitado pela Terra?”. A diferença é que o nosso planeta demora um ano inteiro para dar a volta no sol, como vocês bem lembram das aulas de Geografia. No caso desses planetas, o tempo é bem mais curto.
“Um planeta que orbita em torno de uma estrela anã deve completar a volta uma vez por mês ou uma vez a cada dois meses, aproximadamente, para receber a mesma quantidade de luz solar que nós recebemos do sol”, esclarece um dos autores do estudo, Nicolas Cowan, do Centro Interdisciplinar de Exploração e Pesquisa em Astrofísica da Universidade do Noroeste dos Estados Unidos.
Planetas de órbitas tão curtas acabariam por se tornar presos ao seu sol devido à gravidade. Outro detalhe é que esses planetas manteriam sempre o mesmo lado voltado para o sol, como a lua faz em direção à Terra. Nesse locais, o sol ficaria sempre a pino, como se fosse eternamente meio-dia. [Gizmondo e Sci News]
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